Vegansexuais. Hein?!
- gpereira77
- 8 de mar. de 2018
- 2 min de leitura
Nesta semana mostraram-me uma matéria com o seguinte título: “Vegansexuais: sexo só com quem não come carne”.
Normalmente recebo notícias e matérias sobre veganismo de amigos e parentes que gostariam de saber minha opinião a respeito. Muitas vezes pela curiosidade de fato, mas tantas outras pelo simples desejo de verem um vegano perdido em sua argumentação. De uma forma ou de outra, aprecio sempre que me trazem a oportunidade de falar e refletir sobre o veganismo.
Esta matéria fala da tendência de alguns veganos(as) restringirem suas relações sexuais e amorosas somente a outros veganos. A busca por parceiros ou amigos que tenham o mesmo estilo de vida é comum e super compreensível, inclusive se este estilo de vida é o veganismo, mas pode restringir laços, isolando ainda mais um grupo que já sofre, por parte da sociedade, certo isolamento.
Minha história como casado começou a 10 anos, antes mesmo de me tornar vegetariano (há quase 10 anos) e bem antes de me tornar vegano (há aproximadamente 2 anos). Naquele momento, nem pensava em me tornar vegano, e muito menos em buscar alguém que fosse para me casar. Na verdade estamos juntos muito antes do dia do nosso casamento, o que torna nossa união ainda mais forte que qualquer diferença ideológia.
O que posso afirmar com certeza é que, mesmo hoje, sendo vegano, não consideraria o veganismo como primeiro filtro para conhecer pessoas. Isso me privaria de conhecer pessoas incríveis e me impediria de casar com o grande Amor da minha vida.
Analisando os fatos por um prisma mais frio, apesar de compreensível, não acho que o isolamento de pessoas veganas seja uma postura adequada, aparentando um certo grau de intolerância, afastando novas pessoas e impossibilitando o aumento da massa vegana, já que, inevitavelmente, esse comportamento acabará se estendendo às amizades.
Para entendermos melhor, imaginem um vegano que só se relaciona socialmente com outros veganos. Quais são as chances de ele levar a mensagem do veganismo adiante? Zero.
Imaginem, por exemplo, se ao invés de um casal vegano ser formado, cada um deles se casar com parceiros não veganos. Ambos tem a chance de informarem e converterem seus pares. Sem falar nos filhos. Os filhos de um casal vegano certamente serão veganos, mas os filhos de dois casais mistos tem o potencial de duplicarem o número de crianças veganas. O potencial de expansão do veganismo através da família e amigos fica muito maior quando veganos e não veganos se misturam.
Aí alguns vão me perguntar: “Mas sua esposa já é vegana?” Não, nem meus filhos, ainda. Tudo tem seu tempo. Há apenas 2 anos que me tornei vegano e esse processo levou mais de 7 anos. A verdade tarda, mas não falha. E a consciência bate no momento que tem que bater. Não adianta pressionar, mas informar é preciso. O resto acontece por si só.
Namastê.
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